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Entenda a polêmica em torno da criação da Superliga Europeia e suas consequências para o futebol

Doze dos clubes mais ricos do mundo anunciaram na noite do último domingo, 18, a criação da Superliga Europeia, um campeonato que fará oposição à tradicional...


Doze dos clubes mais ricos do mundo anunciaram na noite do último domingo, 18, a criação da Superliga Europeia, um campeonato que fará oposição à tradicional Liga dos Campeões. Na prática, Arsenal, Chelsea, Liverpool, Manchester City, Manchester United e Tottenham (Inglaterra); Inter de Milão, Juventus e Milan (Itália); Atlético de Madrid, Barcelona e Real Madrid (Espanha) afirmaram que vão deixar de disputar o principal torneio organizado pela Uefa para fundar e organizar a própria competição. Mas como será realizada essa liga? E quais são as causas e as consequências deste movimento para o futebol?

O formato proposto pelos idealizadores da Superliga Europeia tem os 15 membros fixos (12 fundadores mais 3 ainda indefinidos), além de cinco classificados por meio de um sistema que levará em consideração o rendimento da temporada anterior, com critérios ainda desconhecidos. A intenção do grupo, encabeçado por Florentino Pérez, presidente do Real Madrid, é formar um campeonato onde as potências se enfrentem com mais frequência, ao contrário do que acontece atualmente com a Liga dos Campeões, onde os grandes times costumam medir forças apenas nos mata-matas. A Uefa, na tentativa de atender aos anseios dos gigantes, informou que, a partir da edição 2024/2025, a sua principal competição terá um modelo diferente e que proporcionará mais jogos entre os poderosos.

A alteração no formato, porém, não é o suficiente para agradar os mandatários dos clubes fundadores da Superliga. Os dirigentes querem também controlar o dinheiro envolvido na principal competição do Velho Continente. Estima-se que o JP Morgan, um banco de investimento dos Estados Unidos, injetará cerca de 4 bilhões de euros na nova competição, dividindo a alta quantia entre as agremiações. Esse montante é superior aos 2 bilhões de euros que a Uefa distribuiu aos 32 participantes da fase de grupos da Liga dos Campeões da Europa pelo televisionamento dos jogos.

Consequências

A Uefa sofrerá um duro golpe caso, de fato, a Superliga saia do papel. A Liga dos Campeões deixará de ser o maior atrativo do futebol europeu, não somente perdendo a qualidade técnica do espetáculo, mas também enfraquecendo os cofres da instituição. Sem as principais estrelas do mundo em campo, como Lionel Messi, Cristiano Ronaldo e Robert Lewandowski, por exemplo, a tendência é que os patrocinadores reduzam o seu investimento ou até migrem para a nova competição. O mesmo deverá acontecer com as cotas pagas pelas emissoras de televisão. Além disso, a comunidade do futebol também aponta para uma elitização do esporte, o que aumentaria a diferença entre os mais ricos para os mais pobres.

Este é o entendimento de Mauro Beting, comentarista do Grupo Jovem Pan. “Nunca na história desse mundo aconteceu algo parecido. Para mim, a criação da Superliga Europeia é a pior decisão tomada na história”, disse o jornalista, que também vê a “banalização” dos grandes jogos. “É legal ter Real Madrid x Liverpool, mas ter toda hora será que é legal? É legal ter uma Copa do Mundo todo ano? E outra coisa: é contra o mérito esportivo, contra a origem. Pegando os quatro últimos melhores jogadores do planeta, ou seja, Cristiano Ronaldo, Lionel Messi, Luka Modric e Robert Lewandowski, todos começaram de times pequenos. Esses clubes vão ficar menores ou até mesmo acabar se esse processo de elitização continuar. Isso é um risco real”, acrescentou.

A disputa da Superliga também deverá levar ao enfraquecimento dos campeonatos nacionais, que continuarão sendo disputados, mas também serão desvalorizados pelo mercado e pelo público. Por isso, a reação das federações espanhola, italiana, alemã e inglesa, bem como de La Liga, Lega Calcio e Premier League, além da Uefa e Fifa, também foi imediata e contundente. No domingo, todas se posicionaram contra e ameaçaram com punições os clubes que aderirem. Essas equipes correm o risco de serem banidas de qualquer torneio oficial, além de os atletas não poderem ser convocados por suas respectivas seleções. Presidente da Uefa, Aleksander Ceferin, inclusive, chegou a dizer que os jogadores serão banidos da Eurocopa e da Copa Mundo caso participem da Superliga.

Flavio Prado, por sua vez, acredita que o movimento seja benéfico para o esporte, já que mostra um grupo deixando as “amarras” das instituições que controlam o futebol há décadas. “A Superliga de clubes da Europa está mal vista de modo geral. Eu vejo muitas coisas positivas e até gostaria de algo semelhante deste lado do mundo. O que mais gosto é da autonomia dos clubes. Eles precisam da Uefa para quê? Como nossos maiores times em nada necessitam de federações e confederações. Estes cartórios ambulantes só servem para tirar boa parte do que pertence aos donos do espetáculo. Acho, no entanto, que ficar fechado num grupo de “amiguinhos”, alguns, inclusive "mortos-vivos", como Milan e Arsenal, não tem cabimento. Outros futuros grandes devem ter abertura, e as antigas e superadas "potências" da bola que entrem nos locais que lhes cabem hoje. De modo geral, para mim, têm mais virtudes que defeitos.”

 

JP

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