Essa mulher com o cartaz em mãos é Tatiane de 43 anos de idade. O Portal Norte da Ilha conversou com ela com exclusividade.
Vinda de Porto Alegre, capital gaúcha, no final do ano passado, Tatiane viu em Florianópolis a oportunidade para viver e criar seu único filho de 7 anos de idade.
Desde então, ela está lutando para matriculá-lo no segundo ano do ensino fundamental. A primeira dificuldade foi a transferência da escola gaúcha para a catarinense, pois não havia vaga inicialmente por aqui, era preciso aguardar o processo de abertura, o que ocorreu em setembro.
Tatiane então, inscreveu-se online e aguardou ansiosamente, até que, para sua alegria, veio a confirmação da vaga, que ela logo aceitou.
Porém, sem conhecer a cidade não imaginou que a vaga aberta de uma escola da Costa da Lagoa fosse tão distante de onde mora (Ingleses). Começava ali uma nova jornada, transferir a vaga para Ingleses. Foi a todas as escolas e ouviu que teria que aguardar surgir uma vaga. O ano terminou e a vaga não apareceu.
2022 entrou e Tatiane voltou a procurar as escolas, mas teve que aguardar o início do ano letivo, que ocorreu nesta semana. Na Escola do Estado, Intendente José Fernandes, ouviu que não há vagas e nem previsão, decidiu acampar na fila da Escola Herondina Medeiros Zeferino, onde lá, ao ser a primeira da fila, preencheu um formulário para aguardar por uma possível vaga de transferência.
A gaúcha que sempre sonhou em morar em Florianópolis trabalha nas ruas do bairro Ingleses onde vende trufas que ela mesma produz, garante que elas são deliciosas e que não faltam fregueses.
Sem saber mais a quem recorrer para transferir o filho, Tatiane decidiu implorar por ajuda. Ela contou que acordou cedo, deixou as trufas de lado, fez o cartaz e foi para as ruas no Centrinho dos Ingleses. O objetivo chamar atenção. E conseguiu. Diversas pessoas, contou ela, a apoiaram com frases de incentivo. " Recebi também muitos abraços de desconhecidos me tranquilizando, fiquei emocionada".
A foto da mãe desesperada foi parar em diversos grupos de redes sociais e resultou em alguns contatos de ajuda.
"Na segunda- feira vão conversar comigo, toda ajuda é bem-vinda e espero resolver isso pelo meu filho".
Tatiane contou ao Portal que não vai desistir tão fácil "Se eu não conseguir, volto para a rua novamente até meu filho conseguir a vaga e para que eu possa trabalhar sabendo que ele está na escola".
ATUALIZAÇÃO: Após a grande repercussão da reportagem, Tatiane finalmente conseguiu a vaga para o filho (ela era a primeira da fila na inscrição com o município).
Reportagem: Moacir Oliveira
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