Na manhã desta Segunda-feira, 20, os policiais do 21° Batalhão de Polícia Militar, Prefeitura de Florianópolis, Comcap e Conselho Comunitário de Segurança (Conseg), realizaram a força-tarefa DOA (Defesa, Orientação e Apoio às Pessoas em Situação de Rua).
Foram realizadas abordagens nos bairros de Canasvieiras e Ingleses.
Ao todo foram abordadas 19 pessoas. Apesar de todo esforço e apoio oferecido, todas foram identificadas e nenhuma aceitou encaminhamentos propostos pela Secretaria de Assistência Social.
O presidente do CONSEG Ingleses, Alberto Neves, participou da operação e relatou ao Portal Norte da Ilha, que ouviu depoimentos dos mais variados das pessoas em situação de rua (PSR).
A maioria prefere permanecer na rua, não gostam de ser identificados e não aceitam as regras dos centros de atendimento social, como os horários de refeições, atendimentos psicológicos e o pernoite. Preferem permanecer na rua e sem regras recebendo as alimentações doadas por moradores locais, que nesta neste momento de pandemia vem de todos os lados.
Segundo Alberto "infelizmente, apesar da boa intenção das pessoas, isso acaba incentivando eles a permanecerem na rua e atraindo outros para cá. A notícia corre".
Ainda segundo o presidente do Conseg, a situação mais preocupante é em Canasvieiras.
"Por lá a situação está mais difícil, mesmo com apelo para irem para a Passarela da Cidadania, eles não querem".
Caso revoltante
Na área central de Florianópolis um supermercado disponibilizou produtos gratuitos em uma prateleira, exclusivamente, para os moradores de rua, como pão, biscoitos e produtos de higiene, porém, muitos se serviam e depois jogavam o restante no lixo, porque recebiam doações "melhores" de moradores. As sacolas foram encontradas cheias com os produtos descartados. A área foi limpa pelos profissionais da Comcap.
Ainda durante a abordagem desta segunda-feira, ao adentrar na mata, uma área de APP (Areá de Preservação Permanente), os agentes encontram muito lixo e também um simulacro (uma arma de brinquedo), segundo a PM, usada por uma das PSR para a pratica de furtos e roubos na região.
O que fazer?
Segundo a Secretaria de Assistência Social, a orientação é encaminhar estas pessoas para a Passarela da Cidadania da Prefeitura de Florianópolis. Lá, todos em situação de rua recebem os mais diversos atendimentos, desde apoio psicológico, confecção de documentos, auxílio para retornarem para suas cidades, capacitação para o mercado de trabalho, alimentação e pernoite.
A DOA é composta por diversas entidades, como Secretaria Municipal de Assistência Social, Comcap, Polícia Militar, Guarda Municipal, Ministério Público Estadual, Dibea e dos Conselhos de Segurança de cada Região.