A provedora global de conteúdo por streaming, Netflix, colocou no ar no dia 1º de maio "Crisálida". A autora é Alessandra da Rosa Pinho tendo na direção Serginho Melo e na fotografia Edison Fattori.
A série, que trata da diversidade da cultura surda no Sul do Brasil, tem a participação de professores de Libras e de um intérprete de Libras, todos da rede municipal de ensino de Florianópolis.
Além disso, possui como ator um ex-estudante de uma escola básica municipal da Capital e a colaboração de uma mãe de uma criança matriculada num núcleo de educação infantil municipal.
Com situações familiares, sociais e psicológicas enfrentadas por surdos, a produção é a primeira série de ficção bilíngue realizada no Brasil, em Língua Brasileira de Sinais (Libras) e em português. Se o telespectador não entende Libras, é só colocar legenda.
Participam da série os professores de Libras Thiago Amaral Vitorino , da EBM Tapera ( Escola do Futuro); Rui Alessandro Zuza Pereira, da EBM Almirante Carvalhal; e Sara Theisen Amorim , da EBM Herondina Medeiros Zeferino; bem como Mike Silva de Oliveira , intérprete de Libras e assessor na Coordenação de Educação Especial da Secretaria de Educação de Florianópolis.
O protagonista é Cleiton César Ribeiro Antunes , que estudou no ensino fundamental na Escola Básica João Gonçalves Pinheiro. Fernanda de Araújo Machado é mãe de uma criança matriculada no Neim Fermínio Francisco Vieira. Todos , com exceção de Mike, são surdos.
O professor Rui é também ator profissional. Foi convidado para o filme por Alessandra e pelo marido Serginho. "Fiz o teste e fui aprovado", diz.
Mike de Oliveira destaca que ele e o Cleiton participaram de um festival intitulado "mãos pra me ouvir, " promovido no bairro Campeche, para divulgar a cultura surda. No evento ocorreram várias atividades, entre as quais uma oficina de Libras, com Cleiton ensinando sinais básicos.
"Alessandra e Serginho integraram a oficina e amaram o jeito do Cleiton que combinava com o personagem da série que eles estavam planejando na época. Daí aproveitaram e conversaram com a mãe do Cleiton que topou a ideia do filho participar da produção", lembra Mike.
Tudo começou em 2014
O projeto da série foi criado em 2014 pela Alessandra da Rosa Pinho, então acadêmica de Letras Libras da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
O episódio piloto, no mesmo ano, foi produzido após Alessandra vencer o edital do Fundo Municipal de Cinema de Florianópolis.
Com direção de Serginho Melo e fotografia de Edison Fattori, o filme foi reeditado para virar um curta-metragem por conta da repercussão no Florianópolis Audiovisual Mercosul (FAM).
O filme , entre outros, recebeu o Prêmio Exibição do Festival Internacional de Cinema Infantil.
O projeto foi contemplado, em 2016, no Prêmio Catarinense de Cinema para a viabilização de quatro episódios de 30 minutos.
A segunda temporada, graças ao Prêmio Catarinense de Cinema 2019, está prevista para começar a ser produzida ainda este ano.