O governador Carlos Moisés assinou digitalmente nesta segunda-feira, 1º, um decreto que permitirá a regionalização das decisões para o enfrentamento à pandemia de Covid-19 a partir de 8 de junho. Com a ação, prefeituras e o Governo do Estado passam a tomar decisões compartilhadas para adotar medidas específicas de acordo com a realidade de cada região.
Todas as deliberações serão norteadas por critérios técnicos e científicos, balizados pela Secretaria de Estado da Saúde (SES).
"Hoje se inicia uma nova fase desta nossa batalha contra o novo coronavírus, com a regionalização de medidas.Como a doença evoluiu de maneira distinta por Santa Catarina, precisamos de ações diferenciadas. Isso não significa que o Estado deixará de dar suporte aos municípios. As decisões devem ser baseadas em parâmetros como número de casos e óbitos, além de taxas de ocupação de UTI e de transmissibilidade. É importante destacar que esse não é um movimento de flexibilização, uma vez que entendemos que algumas regiões deverão tomar medidas mais restritivas", destacou Carlos Moisés.
O novo decreto para o enfrentamento ao coronavírus em Santa Catarina foi anunciado em uma coletiva de imprensa durante a manhã desta segunda-feira. Com a determinação, os prefeitos das 16 regiões de Santa Catarina terão indicadores precisos para a tomada de decisão sobre o funcionamento de serviços.
Na coletiva, o governador lembrou que Santa Catarina foi o primeiro estado a adotar medidas de distanciamento social, com o decreto do dia 17 de março. Segundo ele, Santa Catarina colheu bons resultados até o momento, na comparação com outros locais, e isso permitiu a regionalização das decisões a partir da próxima semana.
O presidente da Fecam e prefeito de Caçador, Saulo Sperotto, participou virtualmente da entrevista coletiva e agradeceu ao Governo do Estado pelo compartilhamento de informações que permitirão a tomada de decisões pelos prefeitos.
"Temos agora um modelo diferenciado, regionalizado e compartilhado. Isso nos ajudará muito, essa interação entre Estado e prefeituras. Entendemos que a intenção do Governo é criar uma regra lógica para achar o equilíbrio entre as atividades empresariais e saúde, respeitando a vida das pessoas".
O secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, destacou que o conjunto de indicadores da pasta fornecerá subsídios para que os prefeitos tomem decisões baseadas na ciência. Segundo ele, o distanciamento social continua fundamental neste mês de junho e as autoridades sanitárias contam com a colaboração da população.
"Ainda não temos vacina nem remédio para essa enfermidade. Dessa maneira, os cidadãos devem respeitar as regras de higienização e distanciamento. O Estado trabalha com planejamento para superar todas as dificuldades advindas da pandemia. Quanto mais as pessoas colaborarem, mais rápido sairemos dessa situação", salientou Ribeiro.
O procurador-geral do Estado, Alisson de Bom de Souza, destacou que os municípios continuam com a possibilidade de tomar medidas mais restritivas, com o apoio do Estado. Ele frisou a importância do diálogo entre os entes estaduais e municipais, de modo a garantir segurança jurídica.
"Esse cenário que se desenha evidencia a cooperação entre o Estado e os Municípios. Isso é fundamental e é o que determina, inclusive, o Supremo Tribunal Federal em decisões recentes dizendo que cabe aos Estados e Municípios, além da União, o dever de proteger as vidas e tomar todas as medidas necessárias para a proteção da saúde das pessoas".