A arte viva nas ruas de Ingleses

Estátua viva ou estátua humana é uma performance artística em locais públicos de um artista de rua, imitando uma estátua com movimentos estáticos

A arte viva nas ruas de Ingleses

Antônio deixou a Bahia há um ano e oito meses e hoje vive em Florianópolis, no Norte da Ilha. Com 35 anos de idade, esposa e uma filha, ele precisou se redobrar para se manter na cidade. Há duas semanas, o baiano transforma-se em estátua viva. Com a sua arte chama atenção de quem passa pela Armando Calil Bulos, próximo ao Angeloni, em Ingleses. Assim, consegue garantir renda extra, que preferiu não revelar o valor, mas que segundo ele, ajuda muito no orçamento. "Sem este trabalho seria difícil me manter aqui".

São seis horas em pé, imóvel, cinco dias da semana, pronto para ser admirado ou fotografado. Porém, o trabalho começa bem antes. Só para ficar com esta aparência de estátua, gasta cerca de uma hora e vinte minutos na preparação. A pintura é a base de anilina, o que, segundo ele, não causa danos a pele. "Dá trabalho mas vale a pena. Não só pelo dinheiro, mas pelo sorriso e respeito das pessoas", concluiu.

Dona Júia Albuquerque, turista de Curitiba, disse que admira o trabalho dos artistas de rua. "Eles fazem o trabalho deles com muita dignidade, e é um tipo de arte que precisa ser valorizada".

Sobre a performance

Estátua viva ou estátua humana é uma performance artística em locais públicos de um artista de rua, imitando uma estátua com movimentos estáticos. Pausas sem movimento, controle sobre o corpo e técnicas e mímicas podem prender a atenção dos espectadores.

Os primeiros relatos de estátua viva chegam-nos do antigo teatro grego, onde em determinadas situações os actores faziam poses imitativas de estátuas. Na renascença apareceram representações de grupos em imobilidade querendo mostrar quadros vivos. No final do século XIX, as esposas dos artistas de circo costumavam receber o público também com recriações de esculturas ou pinturas famosas.