A cachalote-pigmeu (Kogia breviceps) que estava em reabilitação no Centro de Pesquisa, Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos (CePRAM/R3Animal) veio a óbito no início da manhã desta quarta-feira, 21. O animal foi encaminhado para necropsia para tentar identificar o motivo do encalhe e a possível causa da morte. O resultado sairá nos próximos dias.
Segundo a responsável técnica do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), médica veterinária Marzia Antonelli, o animal apresentou um comportamento mais ativo durante a madrugada.
"Ela nadava bastante e tentava mergulhar, sem a necessidade de contenção. No início da manhã, ela foi hidratada e medicada", explica Marzia. Mas, infelizmente, ela teve uma parada cardiorrespiratória e morreu.
Os resultados dos exames complementares até agora apontam que os parâmetros estavam de acordo com os padrões desta espécie. O animal passará por necropsia para tentar descobrir as possíveis causas do encalhe e da morte. Tão logo estejam prontos, divulgaremos os resultados.
Para o gerente do PMP-BS/R3 Animal, o oceanólogo Emanuel Ferreira, apesar do ocorrido, a experiência que fica vai contribuir para o auxílio em encalhes futuros de cetáceos e na ajuda da preservação das espécies.
"Só o fato de conseguirmos transportar e manter vivo por mais de 24 horas um animal deste porte, já é uma conquista. A reabilitação de cetáceos é algo muito difícil e complexo. Temos certeza que investimos todos os esforços e conhecimentos para proporcionar o bem-estar do animal durante o tratamento", avalia Emanuel.
A cachalote-pigmeu era uma fêmea, com 3 metros de comprimento e 370 quilos. Ela encalhou na praia da Ribanceira, em Imbituba, na segunda-feira, 19. Chegou a ser desencalhada por duas vezes por pescadores e moradores, mas encalhou novamente.
As instituições executoras do PMP-BS naquela região, Instituto Australis e Udesc, juntamente com o Protocolo de Encalhes da APA da Baleia-franca foram acionados e optou-se então pela translocação do animal até Florianópolis. Uma equipe da R3 Animal, composta por veterinários, biólogos e oceanólogo fez o transporte em um trailer adaptado para animais marinhos. A operação contou com o apoio e a escolta da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
A cachalote-pigmeu vive em águas profundas em todos os mares temperados, tropicais e subtropicais, por isso é dificilmente avistada próxima às praias. Ela possui a cabeça quadrangular, pode atingir 400 quilos e medir até 4 metros de comprimento. Tem a coloração cinza-azulado escuro no dorso, com ventre mais claro. Alimenta-se de lulas, pequenos peixes e crustáceos. É um animal ameaçado de extinção e, quando em situação de perigo, libera um líquido avermelhado escuro para tentar escapar de predadores.
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Caso encontre um mamífero, ave ou tartaruga marinha debilitada ou morta na praia, ligue 0800 642 3341, das 7h às 17h. Sua ajuda é fundamental para salvar vidas!