Cinco educadores foram selecionados pelos projetos desenvolvidos durante o ano letivo
A Prefeitura de Florianópolis, por intermédio da Secretaria de Educação, e em parceria com a Câmara de Vereadores, selecionou os cinco vencedores do Prêmio Professor Nota 10, em sua oitava edição.
Um deles é Charles Caubi Brandão, do Núcleo de Educação Infantil Municipal Doralice Teodora Bastos , em Canasvieiras). Ele criou o projeto "Territórios Brincantes". Janaina Enck, da Escola Básica Municipal Osmar Cunha, de Canasvieiras, desenvolveu "A criação de vídeos para o Youtube como ferramenta pedagógica em aulas de arte".
A professora Cristiane de Lima Eidam, do Núcleo de Educação Infantil Municipal Orlandina Cordeiro, no Saco Grande, foi responsável por "Brincadeiras com caiaques na Lagoa do Peri".
Felipe Salvador Weissheimer, da Escola Básica Municipal Albertina Madalena Dias, na Vargem Grande, concebeu "Aproximando contextos históricos com a metodologia Steam". Mariah Amanda da Silva, da Escola Básica Municipal Intendente Aricomedes da Silva, na Cachoeira do Bom Jesus, é autora de "Vivendo currículo na rua: ampliando discussões sobre acessibilidade e mobilidade urbana".
Os vencedores serão contemplados com medalhas e diplomas, em uma solenidade que ocorrerá na sede do legislativo em data a ser definida.
"Mais uma vez o Prêmio Professor Nota 10 premia trabalhos realizados por profissionais dedicados que refletem sobre sua realidade, seus contextos, seus sujeitos e que transpõem essa reflexão para suas práticas pedagógicas. São experiências de excelência, que devem ser compartilhadas e valorizadas, para que inspirem outras boas práticas, para além da sua unidade educativa, para a nossa Rede", afirma o secretário de Educação Maurício Fernandes Pereira.
Confira os escolhidos:
Charles Caubi Brandão, do Núcleo de Educação Infantil Municipal Doralice Teodora Bastos (Canasvieiras), com o projeto "Territórios Brincantes";
Janaina Enck, da Escola Básica Municipal Osmar Cunha (Canasvieiras), com "A criação de vídeos para o Youtube como ferramenta pedagógica em aulas de arte";
Cristiane de Lima Eidam, do Núcleo de Educação Infantil Municipal Orlandina Cordeiro (Saco Grande), com o projeto "Brincadeiras com caiaques na Lagoa do Peri";
Felipe Salvador Weissheimer, da Escola Básica Municipal Albertina Madalena Dias (Vargem Grande), com o projeto "Aproximando contextos históricos com a metodologia Steam (7º ano)";
Mariah Amanda da Silva, da Escola Básica Municipal Intendente Aricomedes da Silva (Cachoeira do Bom Jesus), com o projeto "Vivendo currículo na rua: ampliando discussões sobre acessibilidade e mobilidade urbana".
Territórios Brincantes
O professor Charles Caubi Brandão, do Núcleo de Educação Infantil Municipal Doralice Teodora Bastos, situado em Canasvieiras, enriqueceu a unidade educativa com decorações coloridas e muitos objetos.
Os Territórios Brincantes são espaços projetados para as crianças de 1 a 6 anos do estabelecimento de ensino. Por meio do brincar, em ambientes temáticos, os pequenos exploram as diferentes linguagens na infância.
São construídos cinco espaços, por ciclos, pensados e criados de forma coletiva pelos profissionais da unidade. A qualidade dos materiais, a organização, a estética e as relações sociais são valorizados, sempre priorizando o brincar como essência da infância.
Produzindo vídeos para o Youtube
As aulas de artes agora ficaram muito mais divertidas com o projeto"Criação de vídeos para o Youtube como ferramenta pedagógica em aulas de arte", da professora Janaina Enck, da Escola Básica Municipal Osmar Cunha, em Canasvieiras.
Ao observar que os estudantes chegavam ao sexto ano do ensino fundamental tendo tido pouco ou nenhum contato com a história das artes visuais, a educadora em parceria com a professora da sala de tecnologia, desenvolveu um projeto de pesquisa dos movimentos artísticos da arte moderna.
Divididos em 12 grupos, a turma gravou nove vídeos de 1 a 4 minutos, abordando temas como impressionismo, fauvismo, cubismo, pop arte, entre outros. No processo, a garotada participou de uma capacitação dada pela professora da sala de tecnologia, Elaine Martins, para aprender a utilizar o programa de edições MovieMaker. Na sequência, realizaram uma pesquisa teórica sobre as temáticas, criaram o roteiro, gravaram utilizando os celulares, editaram e apresentaram os vídeos.
A utilização dos vídeos auxilia na construção de novos conhecimentos, na reeducação audiovisual, dinamiza o olhar do estudante, a criticidade, a reflexão, estimula a pesquisa e o compartilhamento de experiências.
Navegando na Lagoa do Peri
A professora Cristiane de Lima Eidam, do Núcleo de Educação Infantil Municipal Orlandina Cordeiro, no Saco Grande, foi selecionada para a premiação por conta do projeto "Brincadeiras com caiaques na Lagoa do Peri".
Cinquenta e quatro crianças puderam desfrutar da atividade na aula de educação física. O objetivo da proposta é apresentar para os pequenos as diferentes etnias indígenas brasileiras, suas cosmologias distintas, com destaque para as práticas corporais marcantes e comuns nestas culturas.
A canoagem foi escolhida para ser vivenciada, pois era utilizada como meio de transporte e para pesca, sendo essencial na vida dos indígenas.
Para contextualizar as brincadeiras envolvendo as práticas corporais indígenas, foram contadas seis lendas da literatura infantil. Cada lenda se tornou propulsora de uma brincadeira emblemática e correspondente a cada história, etnia indígena, espaço e tempo.
Metodologia Steam
Ao longo do ano letivo, o professor Felipe Salvador Weissheimer, da Escola Básica Municipal Albertina Madalena Dias, na Vargem Grande, buscou aproximar as realidades e contextos históricos abordados no 7º ano do fundamental, a partir da metodologia Steam.
Essa metodologia interdisciplinar envolve conceitos das ciências, tecnologia, engenharias, artes e matemática.
Os conteúdos foram divididos em três grandes temáticas: Idade Média, Renascimento Cultural e Grandes Navegações.
Para cada temática, foram desenvolvidos projetos como catapultas medievais para realizar uma guerra contra um dragão (drone), maquetes em 3D, de projetos mecânicos de Leonardo da Vinci, e a construção e organização de uma corrida de caravelas.
O objetivo da prática foi aproximar o conteúdo histórico aos desafios e limites das ciências e engenharias dos contextos históricos abordados com os estudantes.
Vivendo o currículo na rua
Por meio do projeto de vivência interdisciplinar "Vivendo currículo na rua: ampliando discussões sobre acessibilidade e mobilidade urbana", a professora Mariah Amanda da Silva, apresentou para os estudantes da Escola Básica Municipal Intendente Aricomedes da Silva, na Cachoeira do Bom Jesus, outra realidade.
A proposta nasceu de um pedido dos estudantes, que sentiram a necessidade de falar sobre o assunto, por causa do colega cego, Vinycius Cavalheiro Dandolini.
O objetivo foi desnaturalizar o olhar frente às realidades que cercam os estudantes do sétimo ano.A iniciativa buscou problematizar e reconhecer os espaços que eles ocupam, sendo instigados a analisar a realidade pela perspectiva de uma pessoa cega.
A proposta contou com a colaboração das professoras de ciências Najara, de geografia Mariah e da educação especial Rosângela. O professor de geografia Tarso, que é cego e atua desde 2016 na Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJA), também esteve presente.
A turma visitou dois espaços: o entorno da Escola e o Centro de Florianópolis. Durante a saída de estudos, analisaram e registraram com fotografias o ambiente, bem como realizaram pesquisas com o tema acessibilidade e mobilidade. No processo, refletiram acerca das dificuldades que o espaço físico da cidade impõe aos cegos e/ou pessoas com mobilidade reduzida.