Hoje, Florianópolis já é amplamente reconhecida como um dos maiores polos em referência em tecnologia do país. Até mesmo fora do Brasil, a Capital já começa a ganhar visibilidade com ações como o Floripa Business Hub, em Boston/EUA, ato conjunto entre a Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (ACIF) e a Associação Catarinense de Tecnologia de Florianópolis (ACATE), bem como as missões da cidade que tem participado regularmente em eventos internacionais de Inovação e Empreendedorismo, tais como o Web Summit de Lisboa, o Collision de Toronto e o Festival SXSW de Austin, Texas.
São mais de 4.000 companhias, especialmente desenvolvedores de software, sistemas para gestão pública, gestão empresarial, como ERPs, CRMs, frente de caixa, gestão de marketing digital e vendas e automação comercial, sistemas para gestão da saúde, da educação, tecnologias educacionais, fintechs, games, sistemas para gestão de energia, sistemas para controle e gestão em indústrias, sem esquecer as empresas que desenvolvem e fabricam hardware de devices. Esses são alguns dos principais produtos da região.
Todo este destaque é decorrência direta dos ambientes e programas para a geração e desenvolvimento de empreendimentos de base tecnológica existentes em Florianópolis, como os Parques Tecnológicos Alpha e Sapiens Parque, os quatro Centros de Inovação da Rede Municipal (Passeio Primavera, Downtown, Sapiens e SoHo), as incubadoras CELTA e MIDITec, diversas Aceleradoras (Darwin, e Hards entre outras), os Cocreation Lab em número de 6, a Fundação CERTI, as Universidades (UFSC, UDESC, IFSC, entre outras) e a Prefeitura Municipal de Florianópolis, com a Lei de Inovação e o Programa de Incentivo à Inovação.
Florianópolis é o principal polo de desenvolvimento tecnológico no Brasil, seguido por Recife – Porto Digital, Porto Alegre – Tecnopuc, Instituto Caldeira, Belo Horizonte – San Pedro Valley, São José dos Campos – Parque Tecnológico, Santa Rita do Sapucaí – Vale da Eletrônica, Campinas – Fundação Unicamp.
Mas, o que é uma startup? Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), startup é um grupo de pessoas à procura de um modelo de negócio que seja: repetível, o que significa que é capaz de entregar o mesmo produto ou serviço novamente, em escala potencialmente ilimitada, sem muitas customizações ou adaptações para cada cliente, e escalável, ou seja, apresente um crescimento cada vez maior da receita. No entanto, com os custos crescendo mais lentamente, com margem e agregação de valores cada vez maiores, trabalhando em condições de extrema incerteza, não há como afirmar se o projeto de empresa realmente dará certo ou ao menos se provará sustentável.
Segundo o superintendente de Ciência, Tecnologia e Inovação de Florianópolis, Marcos Lichtblau, para se criar uma startup, antes de tudo, é preciso ter um perfil empreendedor, ou seja, gostar de empreender e querer empreender. Também o perfil inovador deve estar presente, acreditar que é possível mudar processos feitos da mesma maneira há muito tempo. _"Você tem uma ideia que considera aplicável e acredita que ela poderá ajudar muitas pessoas ou empresas"._
Para Marcos, o futuro das startups de Florianópolis está no Turismo, na Saúde e Bem Estar e no Varejo. Também são portadoras de futuro as áreas ligadas à tecnologia 5G, que está chegando à cidade, tais como as áreas de Internet das Coisas (IoT) e Cidades Inteligentes. _"Também vejo futuro em áreas que envolvem aplicações das tecnologias de Blockchain e também da Computação Quântica"._
História
Em Florianópolis, o ecossistema de inovação começou no início da década de 80. Foi sonhado no Campus da UFSC, que na época já formava excelentes profissionais, especialmente nas áreas de engenharia e computação, os quais a cidade não conseguia reter, por falta de oportunidades locais.
A criação da Fundação CERTI também remonta à década de 80 e foi um fator importante na formação do ecossistema, entre outras, com a criação da Incubadora Empresarial Tecnológica (IET), atual CELTA. Nesta mesma época, formava-se a ACATE por iniciativa das primeiras empresas de tecnologia que surgiram, e também da FIESC. Dentro da ACATE nasceu a Incubadora MidiTec, em parceria com o SEBRAE/SC. Mais tarde, os Governos (municipal e estadual) foram desafiados a contribuir neste processo, que resultou na criação do Parque Tecnológico Alfa, posteriormente, o Sapiens Parque. A Prefeitura e a Câmara Municipal de Florianópolis apoiaram importantes iniciativas, como por exemplo, a Lei de Inovação, criada em 2012 e regulamentada em 2017, o Programa de Incentivo à Inovação (PII) e a Rede de Inovação de Florianópolis, que conta hoje com quatro Centros de Inovação em pleno funcionamento na cidade.