Foto: Divulgação R3 Animal
A R3 Animal registrou três toninhas (espécie de golfinhos) mortas em apenas dois dias, em praias de Florianópolis. Infelizmente, devido ao avançado estágio de decomposição, o exame de necropsia não foi conclusivo para indicar a possível causa da morte, mas os três golfinhos apresentavam interação com resíduos sólidos (plástico) no trato gastrointestinal e dois deles com interação com petrechos de pesca (pedaço de rede).
Duas toninhas foram resgatadas mortas na Praia de Jurerê, no dia 4. No dia seguinte, a equipe de monitoramento resgatou outro animal morto na Praia da Joaquina. Os resgates foram feitos por meio do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS).
"As toninhas resgatadas em Jurerê mediam 133 cm e 149 cm, e a encontrada na Joaquina media 141 cm. Eram todos indivíduos machos e, pelo tamanho, adultos", explica a veterinária responsável técnica PMP-BS/R3 Animal Marzia Antonelli.
Apesar do avançado estágio de decomposição (autólise) foi possível verificar que as três apresentavam conteúdo alimentar normal para a espécie, mas também possuíam resíduos sólidos. "Em duas delas nós encontramos fragmentos de plástico e linha de pesca no estômago. E na outra toninha ainda havia linhas de pesca enrolada ao rostro (bico)", informa Marzia.
A toninha é um dos menores cetáceos, podendo atingir até 1,70 metros, e o mais ameaçado de extinção no Atlântico Sul, ocorre apenas no Brasil, Uruguai e Argentina.
As capturas incidentais (bycatch) são as principais causas de morte da espécie. Mesmo não sendo alvo da pesca, estudos mostram que morrem em média duas mil toninhas por ano em redes de pesca.
Essa já é a quinta toninha encontrada morta nas praias de Florianópolis em 2021 e, ano passado, foram 18 animais resgatados mortos. Encontrar alternativas para diminuir as capturas incidentais e combater a poluição dos oceanos pelo plástico são ações essenciais para a conservação da espécie.
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