O governador Carlos Moisés foi notícia nacional durante os últimos dias ao anunciar a implantação do hospital de campanha mais caro do Brasil. O custo total, para apenas 100 leitos, insumos, equipamentos e seis meses de funcionamento, somaria mais de R$ 76 milhões de reais aos cofres públicos do Estado, sem licitação pública.
Até mesmo integrantes da alta cúpula do Ministério da Saúde estranharam o montante anunciado para as obras da unidade catarinense.
O fato gerou repercussão nas redes sociais, protestos calorosos da oposição, pedido de impeachment de um grupo de advogados e até, pasmem, um puxão de orelha público da vice-governadora, Daniela Reinehr, que demonstrou que não será peça figurativa na atual gestão.
Moisés respondeu a fala da vice-governadora:
"É lamentável esse tipo de posicionamento de uma pessoa que detém um alto cargo do poder executivo estadual penso que é uma declaração não responsável por quem tem acesso às informações do poder público", afirmou. "O processo tem lisura e está sendo encaminhado da melhor forma possível", acrescentou.
O fato é que o chefe do executivo estadual não recuou por opção, mas por absoluta pressão popular. Se estava tão seguro assim da lisura do processo, por que retrocedeu?
Se seguisse com a contratação milionária em Itajaí assistiríamos a um prematuro "suicídio político".
E o que fará agora?
O governador informou nesta quinta-feira, 16, o lançamento de um processo licitatório para a contratação de até 10 hospitais de campanha em Santa Catarina para ajudar no enfrentamento à pandemia de Covid-19. Segundo o chefe do Executivo estadual, as unidades hospitalares serão montadas conforme houver demanda e por pregão eletrônico.
Ou seja, voltou à estaca zero.
Conclusão: ou está mal assessorado, ou sem noção mesmo.