Pulmão do Norte da Ilha, Parque Estadual do Rio Vermelho é alvo de grandes queimadas há 3 dias

O incêndio foi controlado na área próximo a ponta da Quitéria e terminal Lacustre. Porém, surgiram novos pontos próximo à praia atrás do camping.

Foto: divulgação

Foto: divulgação

Dede a última quarta-feira (11), o Parque Estadual do Rio Vermelho, unidade de conservação de proteção de Florianópolis, sofre com grande queimadas, ao que tudo indica, criminosas.

Nesta sexta-feira (13), o Portal Norte da Ilha esteve no local para verificar a situação de perto. Cerca de 20 bombeiros atuavam na área para combater o incêndio em vegetação.

O incêndio foi controlado na área próximo a ponta da Quitéria e terminal Lacustre. Porém, surgiram novos pontos próximo à praia, atrás do camping. Foram vários focos distintos.

Em diversos momentos os caminhões precisaram reabastecer os tanques de água, por conta da grande demanda para o controle dos focos.

Foto: Moacir Oliveira - Portal Norte da Ilha

A fumaça se espalhou por toda a região e pôde ser avistada a longa distância.

Um dos soldados contou que a situação é difícil de controlar porque o fogo surge há uns 30 centímetros abaixo da vegetação e quando parece eliminado, acaba retornando novamente.

As altas temperaturas dos últimos dias também contribuíram para a proliferação do fogo.

O Instituto do Meio Ambiente analisa as imagens feitas pelo helicóptero Arcanjo para apurar o tamanho da área devastada.

Foto: Moacir Oliveira - Portal Norte da Ilha

Foto: Dulceia Veiga - Portal Norte da Ilha

SOBRE O PARQUE ESTADUAL DO RIO VERMELHO

O Parque Estadual do Rio Vermelho (PAERVE) é uma unidade de conservação de proteção integral, criado pelo Decreto Estadual nº 308/2007. Situa-se no município de Florianópolis, no nordeste da Ilha de Santa Catarina, entre a Praia de Moçambique (12,5 km de extensão), à leste, e a Lagoa da Conceição, à oeste, com área de 1.532 ha.

Conforme o Decreto Estadual nº 308/2007, o Parque Estadual do Rio Vermelho visa conservar amostras de Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica), das Formações Pioneiras (Vegetação de Restinga) e da fauna associada do domínio da Mata Atlântica, manter o equilíbrio do complexo hídrico da região, além de propiciar ações ordenadas de recuperação de seus ecossistemas alterados e proporcionar a realização de pesquisas científicas e a visitação pública com o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambientais, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico.

Levantamento recente de fauna registrou a ocorrência de 140 espécies de aves no Parque Estadual do Rio Vermelho. Essa diversidade de aves se deve à variação de ambientes, localizados tanto ao nível do mar, como as restingas e florestas de baixada, quanto às partes mais elevadas do Morro dos Macacos e das demais montanhas que circundam a Lagoa da Conceição.


No Morro dos Macacos, a área do Parque com maior diversidade de aves, ocorrem algumas espécies que são indicadoras de boa qualidade ambiental como o inhambu-guaçu (Crypturellus obsoletus), o gavião-de-cauda-curta (Buteo brachyurus), a pariri (Geotrygon montana), o tucano-de-bico-preto (Ramphastos vitellinus), o macuquinho (Eleoscytalopus indigoticus), dentre outras.

Nas áreas com reflorestamentos de pinheiros-americanos e eucalipto com vegetação nativa no sub-bosque ocorrem espécies de aves que toleram alterações no habitat florestal, como a gralha-azul (Cyanocorax caeruleus), o beija-flor-de-garganta-verde (Amazilia fimbriata), a choca- da-mata (Thamnophilus caerulescens), o pitiguari (Cyclarhis gujanensis), o sabiá- laranjeira (Turdus rufiventris), o pula-pula (Basileuterus culicivorus), o tiê-preto (Tachyphonus coronatus), o trinca-ferro (Saltator similis), entre outros. Nessas áreas ocorre também o gavião-pombo-pequeno (Amadonastur lacernulatus), uma ave endêmica da Mata Atlântica, rara e ameaçada de extinção.

Em áreas de restinga arbórea bem conservadas do Parque ocorrem espécies de aves como o aracuã-escamoso (Ortalis squamata), o rabo-branco-de-garganta-rajada (Phaethornis eurynome), o pica-pau-de-cabeça-amarela (Celeus flavescens), o arapaçu-liso (Dendrocincla turdina), o bico-virado-miúdo (Xenops minutus), o flautim (Schiffornis virescens), o miudinho (Myiornis auricularis), a saíra-sapucaia (Tangara peruviana), a saíra-militar (Tangara cyanocephala) e a saíra-ferrugem (Hemithraupis ruficapilla).